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18 de julho de 2010

Primeiro dia dos pais.


Fui criado longe de meu pai, nunca tive uma imagem dele, nem física , nem tampouco psicológica.
Nunca o vi, nem ao menos por foto. A figura masculina que me foi útil durante toda a minha vida foi a de meu avô materno, que hoje não encontra-se mais neste plano. Nele, com toda certeza, tive a melhor a figura paterna e mais eficiente que existe. Ele que comparecia nos eventos de dia dos pais que havia todos os anos na escola. Mas apesar de todo esse aparente preenchimento, eu sabia que a presença do meu pai era algo que me fazia falta. Por algum tempo estive tentando sucumbir de mim mesmo alguma característica física que não havia em minha mãe, que então seria de meu pai, mas fui crescendo e esquecendo de tudo que me ligasse a ele. Mamãe nunca falava sobre o assunto, e por ser algo que a incomodava perceptivelmente, resolvi então nunca perguntar nada a ela. E assim vivi todos esses anos, guardando comigo um vazio, que ninguém pôde preencher, mas que aprendi a viver perfeitamente assim. Sempre ouvi minha avó dizer que agosto é o mês do desgosto. Pra mim, de certa forma, sempre tem sido, afinal, é o mês do dia dos pais. Mas nesse agosto aconteceu algo que não me deixou nem um pouco desgostoso. Recebi uma ligação pela manhã, era um homem, com uma voz meio falha. Dizia-se meu pai e que queria me conhecer. Achei que fosse alguma brincadeira de mal gosto, mas pela sua voz não parecia ser. Pediu meu endereço e eu dei. Talvez não deveria ter dado, já pensou se fosse um ladrão ou sei lá? Mas dei, num gesto de impulso. Por volta das onze horas da manhã a campainha tocou. Abri a porta. Me deparei com um senhor mais baixo que eu, cabelos grisalhos e com um olhar um tanto sofrido. Engoli a saliva e pedi que entrasse e se sentasse. Assim ele fez. No começo havia uma barreira muito grande entre nós, uma espécie de gelo. Até que ele começou a contar o que havia ocorrido. Ele era casado e minha mãe teria sido uma aventura de sua juventude. E eu, apenas o fruto. Ao ouvir o desfecho que a história estava tomando, pedi com um ar constrangedor que ele se retirasse. Ele não insistiu, mas deixou-me o seu telefone, caso eu mudasse de idéia. Passei a semana inteira recordando aquele acontecimento. Estava impaciente. Coincidência ou não, era agosto, mês do dia dos pais. Tomei uma decisão. Liguei para ele pedindo que viesse passar o dia dos pais comigo, eu ia levá-lo para almoçar. Foi então, o meu primeiro dia dos pais, com pai e paz.

Depoimento de um viciado

Nasci no Rio de Janeiro, em uma favela. Nunca freqüentei escola alguma, nem eu e nem meus seis irmãos. Com treze anos fiz meu primeiro assalto, com um revólver meio enferrujado, mas que ainda fazia um estrago grande. No começo eu usava o dinheiro para fins familiares, ajudava minha mãe e meus irmãos. Mas depois conheci a maconha, a cocaína e por fim o crack. Me tornei um viciado, perdi vinte quilos e como não tinha dinheiro para financiar as demais drogas, tive que praticar assaltos para conseguir dinheiro. Cheguei ao ponto de realizar cerca de vinte assaltos por dia. Até que numa tarde, no centro da cidade, fui capturado por dois policiais. Hoje, trinta e um de dezembro estou aqui no presídio, vendo os fogos pela pequena grade que há na cela em direção ao céu.

17 de julho de 2010

live




Quando completei dezoito anos não me veio outra coisa na cabeça senão fazer o que eu sempre quis. Pedi de presente uma mochila daquelas bem caras, com vários compartimentos. Coloquei algumas roupas, tirei meu passaport. Fui inicialmente para Portugal, com o pretexto de visitar uma tia. Ao chegar lá, procurei um emprego e consegui em um barzinho de uma avenina de Lisboa. Nesse emprego eu conheci muita gente e fazia questão de fazer o serviço conforme o combinado. Juntei alguns meses um dinheiro e larguei o emprego. Dessa vez fiz uma turnê pela Europa, com aquela minha mochila preta com cinza, que hoje já tá velhinha, mas que já me foi muito útil e me trás boas recordações. Passei por cada lugar lindo, conheci tanta gente. Foi tudo conforme eu imagina. Ainda tenho algumas fotos amareladas no fundo da gaveta. Conheci cada garota bonita, uma que recordo com certa saudade é uma Italiana que vivia no norte da França, tinha o cabelo azul, da cor dos olhos. Linda e louca. Nos divertimos muito naquelas noites frias da Europa. Tenho saudades dos restaurantes, barzinhos, metrôs, praças...Foram os quinze anos mais intensos da minha vida. Se possível, faria tudo novamente.

9 de julho de 2010

Por um fio

Nessa noite não dormi um minuto sequer. Você aí nessa cama, deitado e paralisado me deixa tão angustiada. Não posso esconder, mas senti um medo muito grande de ti perder. Enquanto seus batimentos cardíacos passavam na pequena tela em cima da sua cama, eu fiquei relembrando de todos os momentos que vivemos. Estou disposta a esquecer as brigas, os desentendimento e até mesmo as traições, se por ventura existiram. Mas se mesmo assim você partir, não se preocupe, eu esquecerei da mesma forma. Não poderia deixar de lembrar da tarde em que nosso primeiro filho nasceu. Você ficou tão bobo, ia ser pai de um bebê lindo. Lembro que você sempre foi um pouco pai para mim. Sempre que eu me encontrava em dificuldade, você me ajudava sem exitar. E da mesma maneira eu fiz. Mas agora me vejo tão impotente diante das situações. E você, que sempre foi tão forte, capaz de enfrentar um mundo inteiro, agora está aí, deitado nessa cama, incapaz. E agora, se você for embora, eu não vou ficar triste. Porque ontem a noite, enquanto eu lhe observava, você me sorriu de leve, com a alma. E algo me dizia que você estará sempre comigo, pois dividimos uma vida, e agora somos ligados espiritualmente, meu amor.

8 de julho de 2010

Nem tudo é o que parece ser


Sou dono de um grupo de empresas muito importante. Tenho quatro carros, uma casa de luxo, um apartamento na praia. Tenho tudo. Ou melhor, quase tudo. A maioria das mulheres sempre vêm até a mim por interesse financeiro. Até minha ex-mulher, na qual tive dois filhos. Sempre estou estressado devido ao cotidiano que levo nas empresas. Por isso resolvi tirar férias e fazer um cruzeiro que tinha lido outro dia em uma revista. O navio era muito grande e tinha de tudo um pouco. Durante a noite fui na boate. Havia muita mulher bonita. Mas todas jovens, que conseqüentemente iria se interessar somente no meu dinheiro. Antes de sair percebi que havia um moça, alta, dos olhos castanhos. Me chamou muita atenção. Fui até ela e perguntei seu nome. Nos conhecemos naquele momento e logo após fomos para meu quarto. Passamos todos os dias do cruzeiro juntos, dançando, se divertindo. Ela era muito jovem, cheia de vida. Eu gostei muito dela, mas logo minha auto-defesa me lembrava que podia ser só mais uma interesseira. Ela parecia ser jovem demais para ter alguma coisa na vida. Talvez nem tivesse faculdade. No último dia, me esquivei dela para não trocarmos endereços nem telefones, pois eu tinha o receio de ser mais uma mulher que quisesse apenas meu dinheiro. Fui embora. Aqueles momentos não saíam da minha cabeça. Ela era linda, muito doce, cheia de si. Cheguei em casa, joguei as malas na sala e fui para meu quarto. Olhei rapidamente para o criado mudo da cama e vi a revista na qual eu tinha descoberto o cruzeiro. Era ela na capa, dona da empresa de viagens.


5 de julho de 2010

Fim

Meu casamento estava um fracasso. Eu tentava me manter firme, mas estava cada vez mais difícil. Hayalla era uma pessoa muito difícil. E eu, claro que tenho minha parcela de culpa. Sempre trabalhei muito, e chegava em casa cansado, sem tempo para mulher e filhos. Mas certo dia tive que chegar um pouco mais tarde do que de costume e ela ficou com uma pulga atrás da orelha. Andou rondando meu escritório alguns dias depois e chegou a uma conclusão: eu estava a traindo com minha secretária. Roberta sempre foi uma ótima secretária. Nunca tivemos nenhum relacionamento senão profissional. Apesar de ser uma mulher muito atraente e bonita, nunca me deixei levar pela atração. Ela nunca me deu motivos para começarmos uma relação extra-conjugal e nem eu estava disposto a trair minha família. Roberta também era casada e tinha filhos. Sempre fora uma mulher muito responsável. Mas Hayalla continuava insinuando que eu estava a traindo. Eu já estava cansado disso tudo, mas não podia me separar naquele momento. Nossos filhos ainda eram pequenos. Precisavam da presença de ambos na casa. Até que um dia, Hayalla fora até meu escritório juntamente com um revólver. Ao chegar, encontrou eu e Roberta na recepção conversando com alguns clientes. Ela não exitou. Apontou em nossa direção dizendo que queria nos matar. Ao disparar, o tiro atingiu um cliente. Ele foi levado ao hospital, mas infelizmente não sobreviveu. A assassina tentou fugir, mas logo após os policiais levaram-a. Foi condenada por assassinato e foi parar em um presídio. Mas há alguns anos fora transferida para um manicômio. Estava louca, dizia não está arrependia e que queria consumar o assassinato de Roberta. Até hoje ela está internada. Isso já faz nove anos. Meus filhos já cresceram e foram muito bem educados sem a presença da mãe. Me arrependo por não ter me separado antes, teria evitado essa tragédia.

Uma outra face do negócio


Minha carreira começou em 1995. Foi em Copacabana meus primeiros programas. Não gostava, me sentia um objeto. Mas era um mal necessário. Já levei surra. Já fugiram sem me pagar. Já aconteceu de tudo. Eu morava com duas amigas. Elas também faziam o mesmo trabalho. Algumas vezes até fazíamos juntas. Eu era morena, Gabriela loira e Paloma ruiva. Alguns programas eram até divertidos. Algumas vezes uns gringos nos contratavam para passar o fim de semana com eles em Angra dos Reis. Era até bom. Batíamos fotos, andávamos de lancha, tomávamos banho de piscina. As casas eram muito luxuosas. Muitos eram casados, e às vezes recebiam ligações das mulheres e dos filhos. Me sentia constrangida, mas era o meu trabalho. Gabriela infelizmente morreu de overdose no quarto de um motel. Nós costumávamos usar drogas para aguentar os programas. Paloma não me deu mais notícias desde 2001. Na última vez que nos falamos ela ainda estava trabalhando nesse ramo. Eu, em 1999, conheci um italiano. Ele se apaixonou por mim e me trouxe para Itália. No começo eu não gostava dele, só me aproveitei de sua paixão para conseguir me casar. Mas ele me tratava tão bem. Me mandava flores, me levava para jantar. Me tratava como nenhum homem nunca me tratou. Acabei me apaixonando também. Nos casamos e temos três filhos lindos. Moro no sul da Itália, e mando dinheiro todos os meses para os meus pais. Tive sorte.

3 de julho de 2010

Última vez

Nós já estávamos namorando há quatro meses, mas nem um beijinho ainda. Naquela época era algo que manchava a reputação de qualquer moça. Todas as noites nos encontrávamos em sua casa, e seu pai colocava duas cadeiras de madeira na calçada. Vez por outra seu irmão
ia observar o que acontecia. O máximo que eu conseguia era pegar na sua mão. Ainda mais porque sua família era daquelas bem tradicionais. Porém, meu coração conseguia alcançar o seu de longe. Mas, eu tinha ingressado na marinha e tinha uma viagem marcada para o dia vinte e três de janeiro. Eu iria embora, e não voltaria mais. Então, passei o mês inteiro tentando me esquivar do seu irmão. Mas ele sempre estava por perto. Seria um escândalo se vissem nós aos beijos na calçada. Chegou então o dia da viagem. Você foi se despedir de mim no porto com os olhos cheios de lágrimas e um lenço na mão. E minutos antes de partir, não resisti. Dei-lhe um beijo, afinal, seria a última vez que iríamos nos ver. Todos ao redor olharam admirados, isso não era comum naquela época. Mas logo após embarquei, levando comigo a saudade e o gosto do seu beijo, o primeiro e único.

Mulheres


Elas vêm com aquele olhar conquistador, aqueles lábios sedutores, um perfume doce, aquela cintura esculpida, aquelas pernas torneadas.
E eles com uma cantada já produzida, uma conversa já programada e um papo já conhecido.
Eles, após um certo esforço, até conseguem ganhar uma ali, outra aculá.
E elas, sem pronunciarem sequer uma palavra, acabam nos ganhando fácil, fácil.
Ah, mulheres...

2 de julho de 2010

Revolução

Antigamente eu trabalhava por conta própria. Fazia sapatos. Demorava alguns dias para fazer um par, mas ficava caprichado. Tinha uma clientela considerável, e o que eu lucrava no mês não era muito, mas dava para sustentar minha família. Assim como eu, havia dona Lourdes que costurava de tudo um pouco, fazia roupa como ninguém. Havia também o senhor gaspar, que era mestre em fazer bolsas. E muitos outros que trabalhavam por conta própria. Mas certa vez, chegaram máquinas indústriais em nossa cidade. Estas faziam sapatos, roupas e bolsas, em menos tempo que a gente, e com o preço bem menor. Então, nossa clientela fora caindo e hoje não restara um. Seu gaspar foi despejado de sua casa, pois não havia como pagar, e o proprietário não poderia ficar no prejuízo. Dona Lourdes e seus cinco filhos, passaram fome, de modo que seus filhos deram início a uma prática que até então não era muito comum: assaltos. Faziam isso a fim de conseguir dinheiro para alimentar a mãe e os irmãos. Bom, hoje meus filhos pedem esmola no semáforo próximo onde moramos. Moramos hoje embaixo da ponte, em frente a uma indústria de sapatos. Que ironia.


1 de julho de 2010

Sonhe


Morávamos em Goiás naquela época. Não havia televisão ainda, então só ouviamos falar sobre o mar. Papai dizia que já tinha visto várias vezes, e que um dia me levaria para conhecer. Eu sabia que ele nunca tinha saído de nossa cidade e dificilmente sairíamos, ele nunca teve dinheiro para isso. Mas agradecia o empenho de me tirar um sorriso esperançoso. Ele trabalhava o dia inteiro numa loja de carros. O dono não era brasileiro. Os carros eram caros, e quase ninguém tinha dinheiro para comprar. O patrão do papai, resolveu então levar sua loja automobilística para o Rio de Janeiro. Meu pai estava muito preocupado, não poderia ficar desempregado. Seu patrão vendo que papai era um funcionário esforçado, quase nunca faltava e nem tampouco chegava atrasado, resolveu lhe fazer uma proposta. Convidou-o para continuar trabalhando, dessa vez no Rio. Quando papai chegou em casa, trazia consigo um sorriso de felicidade estampado em seu rosto. E assim fomos. Juntamos as melhores roupas que tínhamos, e partimos em um ônibus amarelo. Eu nunca tinha viajado. Papai me dizia que o Rio era lindo. Que havia mar, o principal. Passei a viajem imaginando como seria a praia. Que cor era o mar. Apesar do esforço, não imagina ao certo como seria. Chegamos.

Ao descer do ônibus, papai me segurou pela mão e disse que me levaria no outro dia, pois tinha
que resolver alguns problemas. Passei a noite em claro, afinal, estava prestes a realizar meu sonho.
Pode parecer bobo, ou pequeno, mas esse era o meu sonho. Acordei papai bem cedo. E assim pegamos a condução: Ipanema. Chegamos lá, papai pediu que eu tirasse os sapatos.
E assim, caminhamos pela primeira vez na areia da praia. O mar ia e voltava. E deixava espumas brancas na areia. Chegamos bem perto. Eu pus meus pés na água. Estava gelada. Um sorriso me saiu quase sem querer. E naquela manhã, realizei meu primeiro sonho.

30 de junho de 2010

31 de abril de 1950


Não posso esquecer daquela noite. Chegamos no restaurante por volta das 19:30. Era um lugar agradável, com mpb como música de fundo. Você estava com um vestido salmão, colado, que esculpia todas as formas do seu corpo. Seu cabelo tinha uma beleza ímpar. Era castanho escuro e um leve cacheado.
Suas mãos delicadas estavam sobre a mesa. Pedimos o jantar. Um vinho do porto para mim, e champanhe para você. O garçom mantinha uma postura ereta diante de nós, segurando as taças.
Por volta das 21:00 horas, decidi fazer o pedido. Você parecia não saber o que iria acontecer. Eu tinha um pouco de receio. Talvez não seria a hora certa. Nós eramos jovens. Mas estávamos muito apaixonados. Tirei do bolso do meu paletó aquela pequena caixa preta que guardava o anel. Era um brilhante que me custara alguns meses do meu salário. Você sorriu meio sem jeito, e fitava atentamente a caixa. Eu tinha planejado várias frases, arquitetado vários modos de lhe fazer esse pedido. Mas a única coisa que saiu foi: Quer casar comigo, meu bem?

Mais uma vez, você

Hoje eu estava caminhando até a parada do ônibus e avistei um gatinho que me parecia familiar. Minha memória logo arremessou a lembrança de um que eu criara em minha infância. Eu tinha mais ou menos sete anos quando recebi uma caixa de sapato do meu avô. Quando abri, era ele. Passei a chamá-lo de Nino. Muitas vezes ele subia em minha cama, mas mamãe sempre disse que é prejudicial a saúde devido aos pêlos. E tirava-o, colocando em uma almofada que servia-lhe de cama. Mas trabalho perdido. Durante a madrugada ele sempre voltava para minha cama. Certo dia senti sua falta, ele não estava em lugar nenhum da casa. Mamãe grita meu nome. Vou seguindo sua voz, chego até a calçada. Quando me deparo com ele embaixo do pneu traseiro de um carro grande. O pêlo dele estava todo vermelho ao invés de branco. Senti um aperto no coração. Quando voltei para o presente, já sabia o que fazer. Não exitei. Desisti de ir aonde eu pretendia. Segurei-o nos braços e notei que seus olhos eram azuis, da cor dos olhos de Nino.
Levei-o até minha casa. Passei a chamá-lo de Gabriel, o anjo.

Coração insano

Anos atrás Roberto e Gabriela se conheceram. Ficaram muito amigos e compartilhavam muitos segredos de suas vidas. Mas Roberto nunca suspeitou que de uma simples amizade, Gabi poderia está apaixonada por ele. Ela se mostrava sempre muito atenciosa, estava sempre atendendo aos seus pedidos. E esse vínculo fora aumentando de uma forma que Gabriela não deixaria Roberto escapar de suas mãos. Ainda mais se fosse por outra garota. Roberto sempre de bem com a vida, nunca deu importância a essa obsessão de sua amiga. Acreditava ele que com o passar do tempo ela ia acabar encontrando um namorado, e ia amenizar esse apego todo. Mas Gabi passou a observar todos os passos dele.

Verificava seu celular diariamente, olhava suas chamadas e mensagens. Sempre fiscalizando para que outra não se aproximasse. Ele nunca deu importância a isso, já estava acostumado. Ela estava sempre mentindo, montando histórias, sempre para beneficiá-la. Os anos se passaram e Roberto conhecera Isabela, uma garota bonita, inteligente e que possuía uma doçura ímpar. Gabriela ao tomar conhecimento desse relacionamento, se assustou, se sentiu trocada. Mas não deixou transparecer o ciúme que sentia. Ele passou a dar menos atenção à Gabi, muitas vezes não pôde sair com ela, pois já tinha combinado algo com Isa. Uma fúria acumulava-se no coração e um ódio no olhar de Gabriela. Ela não admitia ser trocada. Contudo, traçou um plano. Ela iria se aproximar de Isabela. E assim fez. Demonstrou tanta confiança, que Isa passou a contar tudo de
seu relacionamento com Roberto. Talvez por ingenuidade, mas ela tomara algumas decisões sempre com a opinião de Gabi. Sem saber que estava sendo enganada e sendo vítima. Gabriela aproveitou-se, sempre mentindo, inventando saídas inexistentes de Roberto, para despertar ciúme em Isa, a fim de destruir o relacionamento. E na medida que ela fazia isso com Isabela, também fazia com Roberto. Dizia que teria visto sua namorada com outro, para despertar ciúme e causar intriga. Tornou-se uma psicopata. Após inúmeras mentiras, o casal acabou descobrindo a verdade. Ela estava sem saída, fora vítima de suas próprias mentiras. Então, Roberto e Isa decidiram se distanciar. Mas já era tarde demais. Gabi ao perceber o distanciamento do casal, ficou enfurecida e continuou a elaborar planos. Todos falhos. Ela não dormia a várias noites, sempre tramando planos para destruí-los. A psicopata chegou a uma conclusão: teria que matar Isabela. Dirigiu-se até uma favela próxima, e comprou por cem reais um revolver com algumas balas dentro. Estava decidida a realizar o crime. Seria na noite do dia dos namorados, na frente da casa de Isa. Naquela noite Roberto pegara sua namorada para um passeio. Isa se sentia impaciente, mas não sabia o porquê. Roberto pediu para que ela relaxasse, pois estava tudo bem. Gabriela se escondera atrás de uma árvore que havia na rua de Isabela. Ficou esperando ela retornar. Ao voltarem, Roberto se despediu e partiu. Quando Isa estava entrando em sua casa, Gabi surgiu. Ela se assustou, mas a tratou com certo ânimo. Gabriela estava com olheiras, parecia não dormir a dias. Começou a extrair sua raiva. Dizendo-lhe que Roberto seria seu, e de mais ninguém. Isa engoliu a saliva, pediu que fosse embora. E de repente, Gabriela saca a arma de sua bolsa, e quando já ia disparar um tiro em direção à Isabela, Roberto tomou a frente, e recebeu dois tiros. Um no pulmão, e outro no fígado. Gabriela ficou paralisada, perplexa. Não imaginava que Roberto iria voltar. Mas ele teria esquecido algo com Isabela. A namorada diante da cena, ficara muito aflita. E nesse aperreio, seus pais chegam e a levam para dentro de casa. Logo em seguida chamam uma ambulância. Enquanto isso, Gabi foge. Ao chegar no hospital, após a cirurgia, Roberto sobrevive. Apavorada, a assassina se lastima por ter supostamente matado o seu amado. E nesse momento vultos escuros lhe circundaram, e num ato de desespero, introduziu o cano da arma em sua boca, e dispara a última bala. Suicidou-se.
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História dedicada à um amigo querido.

Egoísmo


Outro dia na avenida onde eu passava houve um acidente. Gerou-se um engarrafamento enorme. Eu estava atrasado para uma reunião de negócios. Minha secretária já havia ligado informando que os sócios já haviam chegado. Eu estava muito preocupado, pois não podia perder aquela oportunidade com aqueles sócios. Eles eram americanos, iam me trazer bastante lucro. Eu e os outros carros fazíamos um coro com as buzinas. De longe eu avistava uma pequena luz vermelha, era uma ambulância. Já estava com raiva daquilo tudo, nem queria saber sobre o acidente. Só queria mesmo chegar ao meu escritório. E aos poucos o fluxo de carro ia diminuindo e eu conseguia sair do lugar. Que alívio. Ao chegar em frente ao acidente, percebi que era um carro vermelho que tinha atropelado alguém. Ouvi as pessoas dizendo que a moça que fora atropelada teria morrido na hora. Enquanto eu falava com minha secretária no celular avisando que ia me atrasar alguns minutos, observei com um pouco mais de atenção a vítima do acidente. Era minha esposa.

A era nazista


Eu não entendia muito bem o que se passava naquela época. Só ouvia as pessoas falarem de Comunistas e Hitler. Meus vizinhos eram judeus, assim como nós, e um dia foram levados e nunca mais voltaram. Papai disse que teríamos que fugir. Juntou um pouco de roupa em uma mala marrom , um pouco empoeirada. Mamãe chorava com minha irmã em seus braços. E fomos andando pela rua escura e fria. Eu já estava cansado, meus ombros já tinham acumulado neve. Mas papai dizia que eu tinha que ser forte. Paramos em um local para descansar. Papai me pediu que se algo acontecesse com ele, que eu cuidasse da mamãe e da minha irmãzinha. Eu estava com medo, mas me fiz de forte. Dormimos. Quando acordei, papai tinha sumido. Não sei onde o levaram. Continuamos na caminhada, até chegar a fronteira da Alemanha. Ficamos encurralados por alguns soldados que zombavam de nós. Eles nos levaram para um campo de concentração. Fui para a ala masculina e mamãe e minha irmã para a feminina. Todos os dias algumas pessoas eram levadas para uma tal de câmara de gás. E nunca voltavam. Eu já tinha perdido as esperanças. Quando amanheceu, os soldados alemães me puxavam da cama. Teria chegado o meu dia. Jogaram-me em uma sala fechada, junto com outros judeus. Aquele gás que saía de algum lugar, me deixava sonolento. Ali passei meus últimos instantes de vida.

Um sobrevivente


Aquela repressão me deixava inquieto. Eu queria expor o que eu pensava, alertar aos demais brasileiros o que se passava em nosso país. Conheci algumas pessoas , que assim como eu, também queriam lutar pela liberdade de expressão. Aos poucos, por meio de reuniões secretas, nós iamos tendo algumas idéias. Mas os militares estavam sempre a procura de grupos como o nosso. Numa tarde de outubro, um companheiro nosso fora preso. Até hoje não sabemos o que aconteceu com ele. Mas as histórias que chegavam aos nossos ouvidos eram um tanto assustadoras. Eu tive uma idéia, um pouco infame, mas tive coragem e realizei-a. Subi em um palanque improvisado em uma praça no centro da cidade, e comecei a contar para a população o que se passava em nosso país. Contei sobre as mortes, sobre os companheiros que foram presos e nunca soubemos o que aconteceu. E enquanto eu tentava salvar um pouco de nosso pátria, senti um golpe violento em minha cabeça. Desmaiei. Acordei em um sala sombria e úmida. Eu estava sentado em uma cadeira de ferro pesada, e minhas mãos estavam atadas. Um rapaz alto, com um fardamento militar veio até a mim e disse que eu seria interrogado. Alguns minutos depois chegou o chefe dele. Ele perguntou onde estavam o resto dos meus companheiros. O nome, endereço e familiares. Eu não podia entregá-los. E enquanto eu negava, recebia golpes, murros, chutes por todo o corpo. Eu estava decidido a não contar. Então eles saíram da sala, e me deixaram só. Tive sorte, fui apenas exilado do país. Sofri muito, porém tive a sorte de permanecer vivo, para propagar à todos o que acontecera nessa época em nosso país.

29 de junho de 2010

Final de guerra feliz


Meus pés estavam pesados naquela lama, e minhas costas quase não suportavam mais o peso das armas. Era noite, e o frio nos torturava. Alguns minutos nos eram presenteados para descanço, mas logo eram interrompidos com o estrondo de bombas, e sangue espirrando por todo lado. As trincheiras estavam cada vez mais sujas, devido aos dejetos e aos cadáveres que ali adormeciam. Os dias iam passando e o número de soldados estirados no chão aumentava. Mas eu tinha que continuar lutando pela pátria. Restavam poucos soldados ainda vivos no meu exército. E os adversários se aproximavam. Eu sabia que estávamos perdidos, sem chance. Não tínhamos mais bombas, e as munições estavam acabando. Subi o olhar e vi aqueles tanques enormes se aproximando. Tinha chegado a minha hora. Num ato de desespero, quis me atirar diante daquele tanque de guerra. Mas lembrei dos meus filhos e da minha esposa. Teria que resistir até o último momento, não poderia ceder. E num breve olhar cabisbaixo de despedida, avisto um pequeno buraco na trincheira. Entrei. Os soldados adversários passaram matando todos do meu exército, não sobrara um, exceto eu.

Para sempre


Há muitos dias que venho sonhando com você. Não sei se é um bom sinal, mas estão sendo muito agradáveis, você me trás muita paz. Recordo da imagem de você, sentada em sua cadeira de balanço branca no finalzinho da tarde na calçada. Ainda lembro do rangido que a cadeira fazia a cada balançar. Seus olhos castanhos, olhavam para mim de vez em quando, enquanto eu brincava no chão a alguns metros. Você já tinha o cabelo um pouco branco, mas ainda restava um pouco de castanho, quase da mesma tonalidade do meu. Às vezes o vento soprava, e trazia o seu doce perfume até a mim. Lembro, também, do vestido que você mais usava, aquele cor de vinho com flores róseas. Hoje você está com o cabelo completamente branco, da cor do seu sorriso. E também, hoje você tem um pouco de dificuldade para andar, mas eu vou está sempre aqui, segurando-te pelo braço para que nunca caia. E quando seu momento chegar e a saudade bater, me confortarei, pois eu sei que nos encontraremos lá no céu, minha eterna vovó!

27 de junho de 2010

O começo da eternidade

Acordei muito ansioso. Teria chegado o grande dia. Vesti o paletó, calcei os sapatos. Dei uma olhada no espelho. Estava tudo nos conformes. Cheguei na igreja já havia alguns parentes. Do lado esquerdo, algumas tias que parabenizava-me. Do lado direito, alguns tios que faziam aquelas piadas conhecidas sobre casamento e sogra. Eu a esperava no altar ansiosamente. Meus olhos concentravam-se na entrada da igreja. Mais parentes e amigos chegando, e ela nada. Olhava no relógio, percebia que ela estava um pouco atrasada. Mas pensei pelo lado positivo: poderia ter pegue um baita engarrafamento. Quando já estava tomado pelo cansaço, me deparei com uma limousine preta bem polida estacionando em frente a igreja. Era ela! Pôs o pé direito na calçada. Meu coração batia aceleradamente. Quando já estava vindo em minha direção, meu rosto não parava de suar, achei até que meu coração ia sair pela boca. Ali estava ela, linda, com um sorriso branco, iluminado. Os passos lentos, me deixavam ainda mais nervoso. Seus olhos brilhavam de longe. E ao recebê-la de seu pai, senti seu perfume. Foi nesse dia que eu tive a certeza: quero passar o resto da minha vida ao seu lado!

Nada é tão ruim que não possa ficar pior




Ela chegou trêmula e com um papel na mão. Me entregou e eu li: Exame de sangue. Estava grávida. Ela me abraçou, e suas lágrimas ficaram impressas na minha camisa azul-celestial. Uma onda de sentimentos me afogara. Nós não poderíamos ter deixado isso acontecer. Nós eramos
muito jovens para isso. Naquele ano eu queria entrar numa universidade e comprar meu carro. Mas um filho chegando agora iria atrapalhar tudo. De repente, abro meus olhos, salto da cama e levanto: era um sonho. Fiquei apavorado e ao mesmo tempo aliviado, por ser apenas um sonho. Mais tarde nos encontramos. Ela chegou séria e segurando um papel. Suei compulsivamente ao lembrar-me do sonho. Aproximou-se e pediu para eu ler. Minhas mãos paralisaram, mas com muito esforço consegui segurar aquele papel. Nele tinha escrito: Exame de sangue. Fiquei muito nervoso e joguei-o no chão, disse que não queria ler. Ela chorou demais e foi embora correndo. Fiquei ali parado durante algum tempo. Apanhei o papel e tomei coragem para ler. Ela estava com leucemia.


Antes fosse gravidez.


Lembranças de um fiel amigo


Lembro como se fosse hoje. Naquela manhã de dezembro acordei mais cedo do que de costume. Busquei o presente com as minhas pequenas mãos embaixo da cama. Senti algo macio e peludo. Quando olhei, era você. No começo me assustei e chorei, talvez pela idade que tinha. Nunca imaginei o quão nós nos tornaríamos amigos. Lembro de você me esperando no portão quando eu chegava da escola. Lembro de quando eu pisava desastradamente no seu rabo, e você latia meio desconcertado. Recordo da noite em que meu irmão nascera, e papai teve que levar mamãe até a maternidade. Ficamos só naquela noite. Confesso que tive medo, mas com você ali me fazendo companhia, logo adormeci no sofá, enrolado em um lençol azul. Mas ontem a tarde, na sala de espera do veterinário, recebi a notícia que você não estava mais entre nós. Passei a noite em claro, olhando pela janela o imenso céu azul que me fazia companhia no seu lugar. E antes de adormecer, lembro de uma estrela ao lado da lua me fitando atentamente e sorrindo para mim. Pude ter a certeza de que era você, meu eterno e fiel amigo.

Amor maior


Minhas mãos suavam. Meus olhos lacrimejavam. Eu estava a espera da pessoa mais amada da minha vida. Tentava imaginar como você seria, se teria os meus olhos, se gostaria de fazer o mesmo que eu. Eu queria te pegar nos meus braços. Te proteger. Te ensinar tudo que aprendi nessa vida. Te mostrar todos os lugares que eu fui. Quero te levar pra comer sorvete na praça, quero te levar pra ver à praia, assistir filme . E perdido em meus pensamentos, alguém se aproxima. Era uma moça que tinha os olhos da cor de um oceano, vestia-se de branco, com luvas aparentemente sujas de sangue, me olhou e disse:
- Parabéns papai, ele é lindo!

Tarde demais


Naquela noite eu estava um pouco alterado. Você com seus cabelos esvoaçantes no salão, despertava ciúme em mim. Até que um outro rapaz lhe tirou para dançar. Meu sangue ferveu ardentemente. Me afoguei naquelas taças de vinho tinto. Ao sair de lá, na tentava de sucumbir meu ciúme doentio, você dizia que não havia nada demais em dançar com outro alguém. Eu acelerava mais ainda o carro. A raiva me fazia ceder às lágrimas. A chuva embaçava os vidros, e você insistia que eu diminuísse a velocidade. E naquela angústia, de repente o carro faz um zig-zag na pista molhada e escorregadia. E você gritava, dizendo que eu estava louco, e que queria descer do carro. O fato de você não compreender meu ciúme me fazia acelerar mais ainda. E em alguns instantes, um lapso de memória me fez lembrar de você naquele salão dançando com outro, e de repente tudo apaga. Quando acordo, vejo você estirada no asfalto molhado, com suas mãos gélidas e o rosto pálido contendo uma gota vermelha escorrendo. E antes que partira, me disse: Eu te amo.

Eternity


Foi numa tarde de domingo. O sol já estava se pondo junto com a minha esperança. Quando te vejo, vindo em minha direção. Os passos lentos me deixavam mais impaciente ainda. Por que demorara tanto para voltar? Mas isso não importa agora, o importante é que voltou. Você tentou se explicar, eu tentei compreender. Mas os seus lábios me seduziram e eu não pude resistir, e nesse momento a chuva vinha nos contemplar. Seus cabelos castanhos-claro e seus olhos cor de mel, estavam a minha frente como antigamente. Uma felicidade me invadira apressadamente. Eu não quis saber por onde andara, apenas queria te ter para sempre comigo. Seus braços me envolviam, e seu aroma de rosas do campo me enfeitiçava. Naquele momento eu estava entregue à você completamente. Mas após o curto momento de amor que tivemos, você fugira de mim, dizendo que teria de partir, porém, que eu esperasse, pois um grande amor sempre retorna.

26 de junho de 2010

"Espero para ver se você vem, não te troco nessa vida por ninguém"

Afundo meus pés descalços na areia e logo eles se aquecem. Vou caminhando, até as ondas beijarem-os. Onde rapidamente alivia a sensação de calor que existira. O vento embaraça meus cabelos, enquanto eu tento te buscar com os olhos diminuídos e a testa franzida. Mas você se fora tão depressa, que não consigo avistar a sua embarcação. Por que não ficara aqui comigo , meu bem? Agora fico naufragado, e meus pensamentos não exitam em lembrar de você. Estarei a sua espera, porém, se você retornar e não me reencontrar, não foi porque eu tenha desiludido nem tampouco esquecido de ti , mas sim, porque passo agora a lhe esperar aqui, no céu.

25 de junho de 2010

"Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas"


Seu abraço pra mim é o melhor refúgio que existe. Se eu pudesse, passaria uma eternidade abraçado à você, sentindo o teu cheiro. Sua boca me convida a beijá-la, e eu não resisto e acabo cedendo. Embora forte e independente, com você não passo de um menino que precisa do seu colo, do seu abrigo. Meus passos sem você se perdem no caminho.Por isso, quero assim, suas mãos e as minhas sempre juntas.

24 de junho de 2010

Nós

Quando você me fita assim, com seu olhar pacífico e ao mesmo tempo tão misterioso, não sei o que atravessa seus pensamentos. Quando você me abraça assim, com tanto calor, sinto seu cheiro cada vez mais próximo de mim, e você não sabe o que atravessa meus pensamentos.
Quando sinto tua pele na minha, teus lábios nos meus, me sinto em outro mundo, e nesse momento, nada atravessa meus pensamentos, mas sim ao meu coração, que deixa de ser meu e passa a ser inteiramente teu.

Smile sometimes


As pessoas hoje em dia andam cada vez mais atarefas, sempre chegam em cima do horário, esquecem o troco e comem apressadamente. Os filhos chegam cedo nas creches e só reencontram os pais durante a noite. Os dias passam, e quando os pais se deparam com o namorado de sua filha abrindo sua geladeira, aí sim percebem: " É, ela já cresceu!".
E nesse cotidiano capitalista, nós sempre nos encontramos estressados, ocupados demais para conversar. E diante de todo esse corre-corre um sorriso vale mais que mil palavras.
Então, saiba que o sorriso que é doado, brevemente é retornado.

Continue remando


Quando tudo está passando muito rápido. Quando de repente você já tem 18 anos. E você já sinta o peso da responsabilidade que ainda não foi lhe dada, mas já está saindo do forno para ser-lhe entregue. Você sente esse peso porque, embora forte, você se sinta muitas vezes preocupado com o futuro. Você se sente preocupado com o presente. Você sempre se sente preocupado, isso é fato. Por vezes com obstáculos menores, pedras pequenas que dificilmente irão tirar seu sono. Contudo, o sono começa a sumir, olheiras aparecem, costumo chamar isso de insônia. Desta vez, trata-se de obstáculos maiores, pedras mais difíceis de serem removidas ou senão, não passa de ansiedade.
E você olha para os lados e percebe que não é apenas você que segue esse trajeto. Apenas quer parecer forte, tolerante e sempre seguro. E você sempre espera que os outros façam as coisas por você, enquanto a única força que irá lhe mover é a sua. Portanto, você está só nesse barco, acredite em você.
Aponta pra fé e rema.

23 de junho de 2010

Viva mais, viva agora

Os seres humanos perdem a sua saúde para juntar dinheiro, e logo após perdem o dinheiro para recuperá-la.
Por sempre estarem pensando no futuro, acabam esquecendo-se do presente, e deixam de viver ambos.
Brigam demais. Bebem excessivamente. Fumam como se nunca tivessem pulmões. Por fim, vivem como se nunca fossem morrer e acabam morrendo como se não tivessem vivido.

Carpe diem


Veja mais além, a vida é tão curta para você sentir todos os sabores, sons, cores. Então, mais essência e menos aparência. Não dê ouvidos ao sofrimento, a dor, nem tampouco a pensamentos vagos. Como já disseram outrora: "Cabeça vazia, oficina do diabo". Portanto, quando sentir-se assim, lembre que a vida é tão maior que isso, você não tem tempo para isso. Não queira agradar à todos, ninguém nunca conseguiu mesmo. O fundamental é você ter consigo, um grande amor, poucos e bons amigos e não menos importante, uma família. Faça o que tiver vontade, mas com prudência, é claro. Viaje, nem que seja por meio de um livro. Sinta, nem que seja saudade. Ouça, nem que seja o ponteiro do relógio. Fale, nem que seja eu te amo para alguém enquanto ainda é tempo. E no mais, maneje conforme sua preferência, afinal, você é dono de si, você é dono do seu mundo. Viva hoje, amanhã pode ser tarde demais.

O vento leva


Quando estamos ao lado da pessoa que gostamos, as horas passam sem fazer ruído algum. Acredito que seja essa a forma que elas encontraram para não incomodar, e tornarem-se discretas e por fim, só observar o momento. Os olhos brilham, e você nem percebe que tem milhares de chamadas não atendidas no seu celular. Esquece que teria que fazer um trabalho escolar e até mesmo de comer. Você não percebe quem passa do seu lado. E mesmo com tudo isso, você só quer está ali, do lado da pessoa amada. Sentir sua respiração, seus batimentos cardíacos. E fazer qualquer comentário sem graça, só pra vê-la sorrir. E você reza, para que as horas se desmanchem lentamente no ar, contudo quando nota já foram-se uma grande parte. Ao chegar o momento da despedida sente-se uma fisgada no coração, e logo chega a saudade do breve espaço de tempo ocupado por um sentimento chamado: amor.

22 de junho de 2010

Apodreça naturalmente


Agora não vivemos mais o natural. A era agora é de evolução tecnológica, ingerimos tudo no qual a mídia nos impõe. Esta evolução modificou até nossa alimentação, veja quantos Fast food há ultimamente. Nada contra esse tipo de estabelecimento, são até agradáveis, você pode levar até seu notebook e alimentar-se enquanto recebe e-mails. Bom, claro que a mastigação não vai ser muito importante naquele momento, você vai está distraído. Mas o problema maior não encontra-se apenas na mastigação, embora seja muito importante ressaltar que uma boa mastigação tem seu mérito diante da digestão. Agora, veja quantas calorias há em um hamburger, batatas fritas e todas essas delícias que são tão comuns. Não se encontra mais com facilidade uma família que tenha dentro do carrinho do super mercado maçã, banana, mamão, entre outros. Talvez esta seja a causa de um aumento excessivo do número de obesidade no planeta. As pessoas parecem que esqueceram de si mesmas, ingerem refrigerante, frituras e gorduras cotidianamente sem sequer preocupar-se com sua saúde. As saladas estão sumindo dos cardápios, onde dão espaço para alimentos rápidos, práticos e de alto valor calórico (diga-se de passagem). Os sucos estão perdendo espaço no mercado para refrigerantes, contudo, ainda não perderam o seu valor devido à herança nutritiva. Então use e abuse do natural, de frutas e verduras, sem esquecer que uma alimentação saudável reduz até o estresse do dia-a-dia. Afinal, você não quer morrer mais cedo devido ao excesso de gordura e conservantes no seu corpo, não é mesmo?

21 de junho de 2010

Entrando em extinção


Um copo vazio está mesmo cheio de ar, como já dizia Chico Buarque. Desta forma são as pessoas. Parece que alienação agora é moda, quanto mais alienado você é, mais interessante você fica. (Me desculpem a ironia.) Não estou lhe pedindo para ler Machado de Assis, Álvares de Azevedo , Mário Quintana, que até não seria má idéia. Mas pelo menos enchemo-nos de sabedoria e raciocínio. Afinal, temos o privilégio de sermos a única espécie animal do planeta a ter a capacidade de racionar - ou pelo menos era pra ser -. Ultimamente já tem até cachorro adestrado, entendendo tudo o que dissemos e obedecendo, papagaio que fala e faz crítica, macaco que pousa para foto...Cuidado hein, daqui a pouco eles nos passam para trás...Já pensou seu cachorro mandando você deitar, rolar e pegar o osso? É, eu queria ver mesmo. O que me deixa mais irritado diante desta humanidade é a capacidade de destruir o próprio planeta. Não estou aqui fazendo apologia à reciclagem, nem tampouco participando de projetos sociais. Enquanto o sol degenera as células da pele dos seres humanos, os mesmos ainda prosseguem em agredir a tal camada de ozônio. Vou parar por aqui, o assunto está ficando chato e clichê. E clichês são para pessoas vazias, pois eles ficam pairando no ar. E quem só está cheio de ar, nada mais astucioso do que usá-los, não é mesmo? Agora veja que contradição; "Os caras-pintadas" que antes reivindicara seus direitos, hoje está tendo a dor de ver seus filhos cheios de ar, esbanjando futilidade. Que frustração hein juventude dos anos 90? Aposto que vocês querem que seus filhos e netos se orgulhem ao saber da importância deste movimento que vocês participaram. Isto é, se eles souberem ao menos do que se trata este. Você sabe?

Passa, passageiro, passarinho.


A vida não passa. A gente é que passa por ela. Mas muito rápido, se perder tempo, quando for ver já é tarde demais pra fazer o que tem que ser feito. Bom, não pergunte a mim o que tem que ser feito. Não, a mim não. Pra falar a verdade não pergunte, ninguém sabe mesmo o que tem que ser feito na vida. Você não é capaz de fazer críticas e analisar comportamentos alheios, usando um pouco de sua habilidade aprendida na escola da vida? Então por que você não é capaz de saber o que tem que ser feito? Logo você, que me parece tão auto-suficiente. É, aí é que está. Nós nunca somos auto-suficiente o suficiente pra saber como deve ser gasto todos esses anos que nos foram dado de presente. Quantos anos? Ah, não somos imortais, nem tampouco fortes o suficiente para aguentar os problemas de coração, hipertensão, cálculos renais, diabetes, enfim, todas essas doenças do século. Então faça. Vamos se mexa, saia da frente desse computador. Você já reparou quantos minutos já se passaram enquanto você está lendo isso? Está vendo? Já está perdendo tempo na vida, de novo...