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30 de junho de 2010

A era nazista


Eu não entendia muito bem o que se passava naquela época. Só ouvia as pessoas falarem de Comunistas e Hitler. Meus vizinhos eram judeus, assim como nós, e um dia foram levados e nunca mais voltaram. Papai disse que teríamos que fugir. Juntou um pouco de roupa em uma mala marrom , um pouco empoeirada. Mamãe chorava com minha irmã em seus braços. E fomos andando pela rua escura e fria. Eu já estava cansado, meus ombros já tinham acumulado neve. Mas papai dizia que eu tinha que ser forte. Paramos em um local para descansar. Papai me pediu que se algo acontecesse com ele, que eu cuidasse da mamãe e da minha irmãzinha. Eu estava com medo, mas me fiz de forte. Dormimos. Quando acordei, papai tinha sumido. Não sei onde o levaram. Continuamos na caminhada, até chegar a fronteira da Alemanha. Ficamos encurralados por alguns soldados que zombavam de nós. Eles nos levaram para um campo de concentração. Fui para a ala masculina e mamãe e minha irmã para a feminina. Todos os dias algumas pessoas eram levadas para uma tal de câmara de gás. E nunca voltavam. Eu já tinha perdido as esperanças. Quando amanheceu, os soldados alemães me puxavam da cama. Teria chegado o meu dia. Jogaram-me em uma sala fechada, junto com outros judeus. Aquele gás que saía de algum lugar, me deixava sonolento. Ali passei meus últimos instantes de vida.

Um comentário:

  1. Linda a narrativa, dosada de sentimentos... até parece que o autor vivenciou os fatos que descreve. Parabens!

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