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30 de junho de 2010

Mais uma vez, você

Hoje eu estava caminhando até a parada do ônibus e avistei um gatinho que me parecia familiar. Minha memória logo arremessou a lembrança de um que eu criara em minha infância. Eu tinha mais ou menos sete anos quando recebi uma caixa de sapato do meu avô. Quando abri, era ele. Passei a chamá-lo de Nino. Muitas vezes ele subia em minha cama, mas mamãe sempre disse que é prejudicial a saúde devido aos pêlos. E tirava-o, colocando em uma almofada que servia-lhe de cama. Mas trabalho perdido. Durante a madrugada ele sempre voltava para minha cama. Certo dia senti sua falta, ele não estava em lugar nenhum da casa. Mamãe grita meu nome. Vou seguindo sua voz, chego até a calçada. Quando me deparo com ele embaixo do pneu traseiro de um carro grande. O pêlo dele estava todo vermelho ao invés de branco. Senti um aperto no coração. Quando voltei para o presente, já sabia o que fazer. Não exitei. Desisti de ir aonde eu pretendia. Segurei-o nos braços e notei que seus olhos eram azuis, da cor dos olhos de Nino.
Levei-o até minha casa. Passei a chamá-lo de Gabriel, o anjo.

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