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29 de junho de 2010

Final de guerra feliz


Meus pés estavam pesados naquela lama, e minhas costas quase não suportavam mais o peso das armas. Era noite, e o frio nos torturava. Alguns minutos nos eram presenteados para descanço, mas logo eram interrompidos com o estrondo de bombas, e sangue espirrando por todo lado. As trincheiras estavam cada vez mais sujas, devido aos dejetos e aos cadáveres que ali adormeciam. Os dias iam passando e o número de soldados estirados no chão aumentava. Mas eu tinha que continuar lutando pela pátria. Restavam poucos soldados ainda vivos no meu exército. E os adversários se aproximavam. Eu sabia que estávamos perdidos, sem chance. Não tínhamos mais bombas, e as munições estavam acabando. Subi o olhar e vi aqueles tanques enormes se aproximando. Tinha chegado a minha hora. Num ato de desespero, quis me atirar diante daquele tanque de guerra. Mas lembrei dos meus filhos e da minha esposa. Teria que resistir até o último momento, não poderia ceder. E num breve olhar cabisbaixo de despedida, avisto um pequeno buraco na trincheira. Entrei. Os soldados adversários passaram matando todos do meu exército, não sobrara um, exceto eu.

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